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Formação de professores para EAD: um longo caminho pela frente


A formação do profissional para a atuação na modalidade a distância pode se dar de várias maneiras: desde cursos de extensão presenciais ou mesmo na modalidade a distância. Porém, eles devem, prioritariamente, contribuir “para mudanças na prática pedagógica dos docentes”. (BOF e RIOS, 2013, p. 9970). Para tanto, é necessário um eterno desconstruir e ressignificar vários recursos tecnológicos digitais existentes atualmente e, quando relacionado ao ensino, aprender novas competências e habilidades necessárias para a atuação neste contexto virtual. Nesta perspectiva, Ramos et al (2012, p. 2) explicam que

“os avanços tecnológicos, sobretudo tecnologias da informação e comunicação (TICs), vêm ressignificando os processos de ensino e aprendizagem. A função docente passa também por modificações, exigindo outras novas competências e habilidades para lidar com as práticas educacionais neste atual contexto.”

Desta maneira, para cada modalidade de ensino é necessário se utilizar de estratégias distintas de abordagem, a fim de integra os estudantes e mediar o conteúdo a ser ensinado. É engraçado perceber que em pouco tempo as pessoas aprendem a manusear um aplicativo do banco, pois há uma necessidade urgente para isto. Porém, o mesmo não acontece com as ferramentas digitais disponíveis para o processo de ensino, uma vez que em sua grande maioria, os professores continuam replicando os modelos de aulas vivenciados em sua adolescência e vida universitária, contextos completamente distintos aos atuais. É primordial lembrar que a implementação das tecnologias por si só não auxiliam no processo de ensino, mas sim, como será a mediação do educador com estes novos recursos.

Segundo Almeida (2003) inserir determinada tecnologia na EAD não constitui em si uma revolução metodológica, embora reconfigura mais um campo possível, que poderá amparar o trabalho do professor no sentido prático, podendo, desta forma, emergir um tempo para o professor transformar a informação em conhecimento.

Apesar do crescimento existente da EAD, verifica-se ainda um desconhecimento sobre a referida modalidade e também um despreparo para atuar nesse contexto. Tem-se observado que os cursos de formação inicial não estão preparados para ela, pois os próprios formadores ainda desconhecem suas características (BOVO et al, 2016).

Para tanto, para esta quebra de paradigmas e uma reinvenção na forma de ensinar, é necessário haver programas de formação continuada a fim de formar profissionais competentes (que inclusive já atuam no mercado) para utilizarem os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) de maneira pedagogicamente adequada, desenvolvendo, consequentemente, as habilidades, competências e autonomia de seus aprendizes. Na visão de Bof e Rios (2013, p. 9975)

“a formação continuada em EAD assume dupla função na melhoria dos processos de ensino e aprendizagem. Uma das possibilidades da formação continuada do professor em EAD explicita-se pela possibilidade de renovação da prática pedagógica, considerando aspectos relacionados à metodologia, relação professor-aluno, avaliação da aprendizagem, entre outros. A outra se refere ao uso pedagógico das TIC, que vai ao encontro da realidade dos alunos do novo milênio”.

Compartilhamos ainda com Ramos et al (2012, p. 7) a ideia de que

“no sentido específico de formação docente em EAD, argumenta Baker (2002) que o professor-tutor deve-se submeter a uma formação específica e consistente, voltada ao conhecimento de novas habilidades e novos conhecimentos que originem novas atitudes e novos comportamentos, uma transformação dos parâmetros sobre o que é um educador on-line bem como as abordagens comunicacionais para o sucesso desse contexto de aprendizagem a distância”.

Nesta perspectiva, não se pode esperar que um professor que só tenha vivenciado suas aulas na modalidade presencial, simplesmente se adapte à modalidade a distância sem ao menos ter feito algum curso de qualificação. “Um professor que esteja restrito ao entendimento de que a aula só acontece em uma sala tradicional, não conseguirá transpor os conteúdos de sua disciplina para a metodologia à distância com eficácia.” (CARVALHO, 2007, p.6).

Referências

ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de. Educação a distância e tecnologia: contribuições dos ambientes virtuais de aprendizado. Documento apresentado no IX Workshop de Informática na escola – WIE, 2003.

BOF, Adiles Ana; RIOS, Mônica P. G. Formação continuada em EAD dos professores. XI Congresso Nacional de Educação – EDUCERE. Pontifícia Universidade Católica do Paraná, 23 a 26 de setembro de 2013.

BOVO, Ana Paula C.; COSTA, Fernanda J.; RIBEIRO, Andréa Lourdes; CANETE, Lilian S. EaD e a formação de professores: uma perspectiva para a implementação da modalidade. Simpósio Internacional de Educação a Distância, In: Anais do Simpósio Internacional de Educação a Distância (SIED), 2016.

CARVALHO, Ana Beatriz. Os Múltiplos Papéis do Professor em Educação a Distância: Uma Abordagem Centrada na Aprendizagem. In: 18°. Encontro de Pesquisa Educacional do Norte e Nordeste – EPENN. Maceió, 2007.

RAMOS, Adriana L.; GATINHO, André Luís O.; PORCIUNCULA, Edite Flora S.; OLIVEIRA, Eloiza da Silva G. de; CRUZ, Francisca de O. Formação docente em EAD ancorada no novo social learning: da teoria à práxis no FGV online. 2012. Disponível em: <  http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/ revfgvonline/article/view/19834/18586>. Acesso em 10 de abril de 2020.

Educação a distância, quais os entraves para sua efetivação?


Em meio a pandemia da covid-19 (corona vírus), nunca se falou tanto em educação a distância (EAD), porém, praticamente todas as instituições de ensino que resolveram mudar da modalidade presencial para a modalidade a distância estão repetindo os mesmos erros: a falta de qualificação dos docentes, para esta transição; a disponibilização dos assuntos sem uma perspectiva pedagógica; e, principalmente, a falta de preocupação com os estudantes que não estão acostumados a esta realidade.

O que está levando as instituições de ensino a gravar e postar compulsivamente vídeos e indicar leituras e conteúdos a serem estudados é, além da cobrança dos país por estarem pagando as mensalidades. Ou mesmo, na ideia de que neste contexto social no qual estamos passando, as provas do ENEM e outras avaliações para acesso a universidades não terem mudado as datas dos processos seletivos.

Um fato muito entristecedor é que muitos pais não estão suportando os filhos em casa e quererem que eles estejam ocupados fazendo alguma coisa, neste caso: “estudando”. Outro aspecto importante é o pensamento de que os estudantes estão ociosos e não podem parar de estudar, o que pode ser visto como um equívoco. O distanciamento social e o confinamento, por serem medidas de contenção para a propagação do vírus, mudou a rotina das pessoas, e o fato de estarem em casa neste contexto adverso, não significa que a toda hora os indivíduos estarão dispostos a estudar. Existem fatores psicológicos envolvidos que podem levar a pessoa a não quererem desenvolver certas atividades, pois elas não estão seguindo uma rotina diária normal a qual já estão habituadas.

A EAD aparenta ser a salvação da lavoura, uma vez que em qualquer tempo você terá acesso ao que deveria estar estudando na escola, cursinho ou universidade. O cerne da questão é: quantos profissionais da educação realmente estão preparados para simplesmente não replicarem o modelo presencial nas aulas e atividades on-line?

Gravar um vídeo não o torna um profissional experiente para a modalidade a distância, muito menos indicar as páginas do livro que devem ser respondidas. Infelizmente, é esta a realidade na qual estamos vivendo. Para se estabelecer uma atividade pedagógica mediada pelas tecnologias digitais é necessário criatividade e competência, caso contrário, criar-se-á uma verdadeira aversão pelo EAD, levando a crença de que não é uma modalidade eficiente.

Apesar de os estudantes serem nativos digitais, várias pesquisas já apontam que os recursos tecnológicos digitais são vistos como objetos de lazer, não tendo sido ressignificados ainda como recursos de aprendizagem. Não se muda esta mentalidade do dia para a noite. Não é o fato de ser nativo digital que os tornam sábios no manuseio e nas pesquisas de conteúdos específicos e significativos, ainda cabe ao professor fazer esta mediação no processo de filtragem das informações encontradas nos sites de pesquisa. Estamos vivenciado hoje a completa banalização da EAD, poucas são as instituições que já estavam desenvolvendo materiais com qualidade. Pois, para isto é necessário tempo, formação, uma equipe multidisciplinar e planejamento, aspectos cruciais que estão sendo esquecidos neste momento de pandemia.

Estilos de aprendizagem e EAD


Nesta postagem, apresento mais um trabalho apresentado em Campinas/SP neste ano. Nele abordo a importância de se adaptar materiais para serem utilizados no ensino a distância. Aproveitem a leitura!

 

Resumo – aprendizagem adaptativa

 

inteligencias-aprendizagem-adaptativa

Ensino na modalidade EAD e feedback


A Educação a Distância (EAD) é uma modalidade de ensino que vem se expandindo cada vez mais no Brasil. Porém, ainda há muitos pontos que devem ser repensados, uma vez que se utiliza de recursos diferentes da modalidade presencial. Um desses pontos é o feedback do docente aos estudantes, este é um dos momentos que existem para desenvolver a mediação pedagógica e orientar o aluno no seu percurso de aprendizagem. Nesta perspectiva, desenvolvi este trabalho abordando a importância do feedback na EAD para apresentar um evento na UFCG em 2017. Faça uma boa leitura do resumo e reflita mais sobre este assunto. Resumo – relevância do feedback na EAD – UFCG 2017

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