Blog educativo voltado para o ensino de línguas, orientações pedagógicas, acadêmicas e organizacionais


Nossos objetivos são: fornecer aulas particulares individuais ou em pequenos grupos,  on-line ou nas empresas; orientar pedagogicamente instituições de ensino; proporcionar treinamento, palestras e oficinas para professores; e instruir na formulação de planos de aulas. Também disponibilizamos dicas, oportunidades de tirar dúvidas sobre português, inglês, espanhol, francês, libras, EAD e usos das TDICs.

Divulgaremos algumas apresentações em eventos sobre variados assuntos relacionados à educação, ensino de línguas e o uso das tecnologias no processo de ensino-aprendizagem.

Siga-nos também no Facebook. Email para contato:

izabelapce@gmail.com

 English version: Our goals are: offering private classes to one person or to small groups, on-line or in company; educational orientation and teacher’s training. We also give tips, and answer some doubts by email. You are always welcome.

 Versión en español: Nuestros objetivos son: ofrecer clases privadas a una persona o a pequeños grupos, en línea o en la empresa; orientación educacional e instrucciones para maestros. Nosotros también sacamos algunas dudas por correo electrónico. Ustedes son siempre bienvenidos(as).


Quando somos bebês, aprendemos naturalmente a partir dos estímulos dos pais e familiares que nos acompanham. A partir de repetições, apontamentos, uma linguagem mais “infantilizada” e com associações. Assim, nós somos expostos ao processo de aquisição, pois não passando necessariamente pela exposição direta da gramática. Mas sim, internalizamos a gramática pela construção das frases e períodos. Isto pode ocorrer tanto em ambientes monolíngues quanto bilíngues.

Já a aprendizagem de uma segunda ou terceira língua, o que geralmente já vai ocorrer em uma instituição de ensino, seja ela na escola regular ou em um curso de idioma, dependendo da idade, não vai ser da mesma maneira que no ambiente familiar. Na maior parte dos casos, o estudante já é apresentado a alguns tópicos gramaticais e ao vocabulário, que vai aumentando na medida que muda de nível.

Porém, quando somos expostos a outro idioma, o que realmente nos faz aprender é quando entendemos a lógica de como esta língua se organiza. Cada qual com suas particularidades. Por isso que é de fundamental importância termos um bom conhecimento de nosso próprio idioma, isto nos auxiliará bastante.

Quando comparamos o português com o espanhol, como são línguas “irmãs”, pois ambas são originadas do latim, passa-se a impressão de que é muito mais fácil de ser estudada. Neste contexto existem duas repostas: SIM, quando nos referimos ao aspecto lexical, onde diversas palavras se assemelham a nossa língua (até determinado ponto). E NÃO, uma vez que o espanhol passou por influência de outras línguas presentes na Península Ibérica, inclusive o árabe, uma vez que este grupo permaneceu por mais de cinco séculos na região. Além disso, o espanhol apresenta construções de palavras e pronúncia que não existem no português, como o “L” final das palavras e o “D” mudo como em ciudad (que não constrói uma sílaba seguida de uma vogal, como em português. Pequenos detalhes que interferem na pronúncia de diversos falantes do português brasileiro.

No francês, outra língua “irmã” do português, encontramos mais mudanças, uma vez que esta língua também teve influência, principalmente no Norte do país, de anglicismos, inclusive palavras que provem diretamente do alemão. Dois aspectos chamam muito a atenção para ao falarmos este idioma, a construção da forma negativa e a construção dos números. Sem compreender a lógica que cerca estes aspectos, se sempre precisarmos “traduzir” do português para o francês mentalmente ao tentarmos nos comunicar com alguém, será algo frustrante.

A negação de uma frase em francês, de forma geral, é construída por duas partículas que são colocadas no início e no fim do verbo utilizado, por exemplo: je NE parle PAS anglais. (o verbo encontra-se em negrito). Esta estrutura não existe na língua portuguesa. Já nos números, a partir de 70, temos meio que construir uma conta, 60+10 = 70 (soixante-dix), 60+11 = 71 (soixante et onze) e assim por diante. Quando chegamos a 80, a conta para algo semelhante a uma multiplicação, 4X20 = 80 (quatre-vingts), 4X21 = 81 (quatre-vingts-un). Para dizermos 90 o cálculo é semelhante a uma multiplicação, mais uma soma 4X20+10 = 90 (quatre-vingts-dix). Caso o estudante não compreenda como se dá esta formação, irá se confundir muito na hora de compreender e se comunicar utilizando os números.

Em alemão, podemos também falarmos sobre alguns aspectos que auxiliam na aprendizagem deste idioma muitas vezes tão temido por algumas pessoas. Os substantivos são escritos com a inicial maiúscula, como: Tier (animal), Haus (casa). Outro aspecto é que na construção dos números, onde necessitamos ler de maneira invertida a partir de 21 (einundzwanzig – um e vinte – lendo ao pé da letra), 31 (einunddreizing), 41 (einundvierzing) e para anos, invertemos a última dezena, 1987 (eintausendneunhundertsiebenundachtzig).

Nesta perspectiva, para aprendermos uma língua de forma efetiva, devemos compreender a lógica de sua organização. Compreendendo sua estrutura gramatical (para construirmos os períodos) e ampliando o vocabulário (para os diversos contextos comunicativos), além de identificar seus aspectos morfológicos e sintáticos para podermos produzir frases coerentes e coesas.

Ótimas dicas são: ler livros, jornais (o que ainda é a MELHOR maneira de adquirir vocabulário e aprender, de maneira indireta, a gramática do idioma), ver filmes, séries (sejam com ou sem legenda, dependendo do nível do aprendiz), escutar ou acompanhar músicas, audiolivros e podcast (para pegar o ritmo do idioma alvo), tentar se comunicar com alguém que saiba ou esteja aprendendo o mesmo idioma e ter contato todos os dias, ou seja, se expor à língua de diversas maneiras diariamente e não só na aula. Você também deve manter uma rotina de estudos e utilizar materiais especialmente desenvolvidos por profissionais da área para tal finalidade.

Um ponto importantíssimo é que uma língua se aprende SEMPRE, não existe receita miraculosa para aprender um idioma em 24h ou seis meses. A não ser que sejam diálogos básicos em contextos específicos. No entanto, dominar um idioma a fim de desenvolver as quatro habilidades nos diversos contextos comunicativos é necessário de anos e seu aprimoramento é no dia a dia.



É muito comum, hoje, observar nas redes sociais uma grama de ofertas de resumos prontos, mapas mentais, fichas pedagógicas, trilhas educativas, musiquinhas e tantos outros materiais a fim de “facilitar” a aprendizagem dos conteúdos pelos estudantes. No entanto, estes materiais por si só, já são uma fração do conteúdo que deve ser aprendido, além de não ter sido uma produção própria por parte de quem está adquirindo o material e precisa realmente aprender.

Outro ponto que me chama atenção são as pessoas que vêm produzindo estes conteúdos condensados. Boa parte do que tenho acompanhado, também são estudantes e curiosos, que não possuem uma formação acadêmica. Na verdade, ainda estão tentando entrar em uma universidade, porém acreditam que só o fato de terem feito um “guia” para estudarem, isso por si só também irá “ajudar” outros estudantes. E costumam reduzir demais as regras, conceitos, exemplos, etc. Não deve existir preguiça na hora de estudar. O estudo é uma ação contínua e diária, além de ser algo que demanda tempo para seu aprofundamento e aperfeiçoamento. Desta forma, não existe conteúdo ou assunto que seja aprendido apenas por resumos, mapas ou qualquer outra forma que limite o conteúdo abordado.

É notório que ler algo resumido auxilia a relembrar alguns tópicos, porém, apenas dá uma parcela do que poderia ser realmente aprendido. Desta forma, não procure um caminho mais curto para sua aprendizagem. Caso você realmente queira passar em um ENEM, concurso público ou qualquer outro tipo de seleção, você deve estudar os assuntos de maneira plena, a partir dos livros, com o auxílio de materiais super bem produzidos por profissionais qualificados, como professores e pesquisadores.

Atualmente, já temos diversos materiais complementares, como podcasts, vídeos até mesmo aulas completas disponíveis de maneira gratuita. Basta que o interessado, primeiramente, saiba como buscar estes materiais confiáveis, para assim, estudar e, em segundo lugar, disponibilize tempo, para escutar ou assistir, e, assim, aprender. A associação de diversas fontes de estudos (livros, vídeo, aulas, exercícios, escrevendo, etc) também tem mostrado bons resultados, uma vez que você aprender de diversas maneiras e revisa o mesmo conteúdo em diversas modalidades.

Um aspecto interessante e que tem se mostrado bastante eficiente desde muitos anos é a produção de seus próprios resumos. Uma vez que temos a capacidade de explicar oralmente ou por escrito o que compreendemos, percebemos o que já dominamos, ou o que ainda devemos revisar para que a aprendizagem seja significativa. Quando criamos nossos próprios resumos (não para comercializá-los) também ativamos habilidades que nos ajudam a relembrar com maior facilidade os pontos que lemos, escutamos ou assistimos. Que tal começar a ter responsabilidade pela sua própria aprendizagem?

Com o imediatismo atualmente dos jovens e a pressa em aprender sem ter muito esforço, este mercado vem crescendo e, ao mesmo tempo, iludindo os estudantes que adquirem ou acessam estes materiais. Como profissional que atua há mais de 25 anos na educação, aconselho que a melhor solução para aprender ainda é: ter disponibilidade de tempo, arrumar um lugar adequado e confortável e ler/ouvir/assistir materiais confiáveis e completos. Ademais, reler, formular seus próprios resumos e exercitar. Não existe outra fórmula! Para os que insistem em estudar por “fórmulas prontas e rápidas” deixo aqui minha BOA SORTE!


Na Educação a Distância (EaD) é possível traçar um novo perfil do docente, proporcionando a quebra de paradigmas e novas formas de atividades. Saber manusear as ferramentas tecnológicas e conhecer os usos das tecnologias da informação e comunicação (TICs) farão toda a diferença na prática pedagógica (SILVA, 2009). Pretende-se neste trabalho analisar a importância da formação docente para atuar nesta modalidade. Foram entrevistados 10 profissionais que atuam na EaD a fim de observar sua formação, tempo de atuação, como é desenvolvida sua prática pedagógica, quais recursos tecnológicos são utilizados no ambiente virtual de aprendizagem (AVA), de acordo com Mattar (2011), Moore e Kearsley (2011) e Tornaghi (2005). Constatou-se que mais de 90% dos docentes entrevistados já fizeram ao menos um curso ou treinamento para atuar no EaD e utilizam, no mínimo, dois recursos distintos para desenvolver sua prática pedagógica.


Diante de tantas mudanças na modalidade de ensino por causa da pandemia, novos recursos pedagógicos acabam surgindo como estratégias para dar continuidade às aulas. Este trabalho é um relato de experiência e foi desenvolvido ao longo de dois meses.

A forma de aprender e ensinar vem mudando nos últimos anos drasticamente em decorrência da ampliação das tecnologias digitais da informação e comunicação (TDICs), entre estes recursos disponíveis encontra-se o WhatsApp. Este aplicativo possibilita novas formas de ensinar e aprender (NERI, 2015). Neste caso o professor deve aproveitar as potencialidades do celular (COSTA, 2007), porém sem perder de vista o viés pedagógico. Esta abordagem foi pensada decorrente do isolamento social por causa da pandemia da covid-19. Em meio ao desenvolvimento do trabalho interdisciplinar sobre o Holocausto, que deve ser apresentado de maneira bilíngue, os estudantes estavam com bastante dúvidas de como estudar suas falas e como pronunciar muitas palavras, resultante dos diferentes aspectos fonéticos e fonológicos presentes na Língua Portuguesa e na Inglesa. Na ausência dos encontros semanais durante as aulas de Língua Inglesa, o professor, inicialmente, marcou orientações pelo Google Hangouts ou Meet, porém os aprendizes não conseguiam memorizar a pronúncia de alguns termos. Desta forma, recorreu-se ao WhatsApp para o envio das palavras que apresentavam dúvidas quanto a pronúncia, por parte dos estudantes, e o reenvio do áudio, por parte do professor. Os objetivos deste trabalho foram: habilitar os estudantes a falarem em inglês; utilizar o WhatsApp para o ensino da pronúncia da Língua Inglesa; aprimorar a pronúncia dos estudantes. Este trabalho foi desenvolvido ao longo de dois meses e, como resultado, os alunos se tornaram mais confiantes com relação as suas apresentações orais, o WhatsApp se mostrou uma ferramenta útil e eficaz para o ensino de pronúncia do idioma alvo, houve uma melhora considerável na pronúncia de algumas palavras em inglês por parte dos estudantes.


No último mês, estamos vivenciando uma torrentes de vídeo aulas, decorrente da pandemia do corona vírus. Professores se desdobrando nas aulas ao vivo, improvisando materiais de aulas (não tão adequados, pelo curto período de tempo). Cada um filmando onde pode: em casa, no jardim, no escritório; e em alguns casos indo às escolas particulares para padronizarem os vídeos, ou mesmo em pequenos estúdios montados pelas secretarias estaduais de educação e transmitindo pelo Youtube e outros canais.

Neste turbilhão de atividades ainda contamos com a participação de vários intérpretes de libras, que aparecem mediando o conteúdo explicado pelo docente para os estudantes surdos. Porém, em várias situações, pode-se perceber que muitos ficam parados, dependendo do conteúdo abordado, uma vez que não existem termos técnicos suficientes em libras para que se possa desenvolver a interpretação. Nesta situação, como fica o estudante surdo?

Não é de hoje que esta problemática vem sendo debatida, em várias áreas, professores e estudantes estão criando vocabulário a fim de ampliar o léxico da língua brasileira de sinais. Alguns podem até dizer que na ausência de uma palavra, pode-se utilizar a datilologia, ou seja, formar a palavra a partir do alfabeto manual, no entanto, para a compreensão do conteúdo só a datilologia não é suficiente.

Vejamos o exemplo do termo VETOR, utilizado em uma vídeo aula de física do Ensino Médio. Nós, como falantes de língua portuguesa, poderíamos compreender plenamente seu significado, afinal, a palavra VETOR está escrita em português, no entanto sabemos que isso não é suficiente para sua real compreensão, finalidade, aplicação e desenvolvimento de atividades. Nesta vídeo aula de física, o intérprete utiliza-se do alfabeto manual, pois não há um sinal específico.

A criação de léxicos facilita o processo de comunicação entre as pessoas, possibilitando aprofundar o conhecimento nas diversas áreas de estudo. Podemos perceber em Gomes (2018) a preocupação para estabelecer esta ponte entre conteúdo e alunos surdos nas áreas de fotografia, animação e design gráfico, quando explica que “um glossário auxiliará na maior inclusão do surdo na sociedade, na educação e no próprio mercado de trabalho – já que a utilização sinais padronizados torna mais simples para o surdo participar e conseguir um melhor entendimento de cursos, oficinas, palestras e trabalhos na área” (GOMES, 2018, p. 122).

Imaginemos um estudante que conclua um curso de fotografia sem o pleno domínio dos termos e conhecimento aprofundado na área. Provavelmente não conseguirá uma colocação no mercado de trabalho decorrente das lacunas de aprendizagem e os conhecimentos que não foram consolidados pela falta de compreensão decorrentes da inexistências de sinais específicos.

Outra pesquisa interessante refere-se aos termos mosquito e dengue. Para diferenciar as doenças transmitidas pelo mosquito Aedesaegypti, o sinal acabou sendo mudado. Podemos conferir isto no trabalho publicado por Xavier e Santos (2016). Os participantes envolvidos tiveram que analisar as características dos mosquitos transmissores, as imagens dos vírus e desenvolveram sinais mais precisos para abordar os mosquitos: Aedesaegypti e Aedes alpictus; e as doenças: dengue, zika e chikungunya.

A criação/adaptação ou inserção de vocabulários nas línguas é um desenvolvimento normal que ocorre em qualquer idioma, fazendo parte de seu desenvolvimento. Assim como o processo de envelhecimento e desuso de alguns termos ao longo dos anos. É necessário mais estudos para o desenvolvimento de sinais mais específicos para que as aulas interpretadas em libras não fiquem na superficialidade e comprometa a compreensão e aprendizagem dos estudantes surdos.

Também encontramos estudos importantes como o de Soares, Gomes e Costa (2017), que aborda o desenvolvimento de termos relacionados à energia; Nascimento (2009) que enfatiza a importância dos processos terminológicos (criação de sinais); e Silveira e Sousa (2010) na área de Química. Nascimento alerta para os processos terminológicos da Libras, principalmente no que se refere à criação de sinais inexistentes nas diversas áreas de conhecimento.

Urge a criação de sinais em todas as áreas do conhecimento. Acreditamos que muito já tem sido feito e produzido, porém o acesso aos novos sinais ainda é limitado e não tem sido propagado na sociedade e nas escolas. Em alguns casos, mantendo-se cativos nos ambientes acadêmicos. Pouquíssimos sinais técnicos estão disponíveis em repositórios digitais disponíveis ao público.

Desta maneira, as interpretações que estão ocorrendo, principalmente as de maneira emergencial, nas vídeo aulas necessitam urgentemente de sinais mais específicos para o aprofundamento do conteúdo a ser transmitido, caso contrário, o intérprete apenas está passando um conhecimento superficial ao estudante surdo.

Referências

GOMES, Bianca A. Pesquisa e desenvolvimento de glossário de sinais em libras para termos técnicos das áreas de fotografia, animação e design gráfico. Nuevas Ideas en Informática Educativa, Volumen 14, p. 121 – 125. Santiago de Chile. 2018.

NASCIMENTO, Sandra P. F. Representações lexicais da Língua de Sinais Brasileira: uma proposta lexicográfica. Tese de Doutorado em Linguística. Universidade de Brasília, Brasília, 2009.

SILVEIRA, Hélder E.; SOUZA, Sinval. F. Terminologias químicas em libras: a utilização de sinais na aprendizagem de alunos surdos. Química Nova na Escola, v.33, n.1, p.37-46, 2010.

SOARES, Charley P.; GOMES, Eduardo A.; COSTA, Matheus R. da. Expansão terminológica em libras: proposta para criação de alguns sinais-termo referentes à energia. I Congresso Nacional de Libras da Universidade Federal de Uberlândia – I CONALIBRAS – UFU, 2017.

XAVIER, André N.; SANTOS, Thyago. A iconicidade na criação de termos técnicos em Libas. Revista Leitura – Línguas de Sinais: abordagens teóricas e aplicadas. V.1 nº 57 – jan/jun, 2016.


A ideia de poder desenvolver suas atividades laborais em casa é um sonho de consumo para muitos funcionários/servidores. Nesta modalidade existem vários pontos positivos, como: evitar o trânsito estressante, não se expor à violência urbana, compatibilizar com outras atividades em casa; fruto das tantas atribuições pessoais.

undefined

O termo trabalho remoto está intimamente ligado às tecnologias digitais da informação e comunicação que possibilitam tal atuação e como estas influenciam as organizações. É o trabalho desenvolvido fora do ambiente convencional, em uma empresa ou um escritório. Ou seja, a flexibilização do espaço de trabalho.

A definição desta modalidade não é unívoca, para os especialistas existem variações de termos que se referem às especificidades das atribuições de cada trabalho desenvolvido. Porém, sabe-se que não é uma atividade recente, há registro de trabalho remoto desde a década de 50. E esta tendência só vem a crescer.

Uma das definições possíveis é dada por Sobratt (2011) quando explica, de maneira geral, que o trabalho remoto é aquele realizado à distância e por meio do uso das novas tecnologias de comunicação. Este tipo de trabalho apresenta aspectos positivos também para as organizações, uma vez que pode diminuir vários custos com infraestrutura nos escritórios (RIFKIN, 1996).

Tanto para a organização quanto para o funcionário existem lados positivos e negativos. Porém, um ponto está se destacando no período atual, durante a pandemia da Covid-19: os horários de disponibilidade do trabalhador.

Apesar de haver uma flexibilização, aparentemente as pessoas estão trabalhando no melhor horário para elas mesmas. independente de ser no horário comercial. Isto quer dizer que, a qualquer horário você pode receber um e-mail, uma ligação ou a incumbência de assinar ou concluir um documento, o que pode gerar certa ansiedade nos colaboradores. É necessário compreender que, mesmo havendo flexibilização, os colaboradores devem prezar pelo horário comum a todos na hora de se pedir o desenvolvimento de uma tarefa, ou enviar algum material que deve ser assinado, lido ou escrito.

No que se refere CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), no Artigo 6º podemos observar que não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego.

E nos termos da CF (Constituição Federal), no tocante ao período de trabalho, o Art.7º, XIII, explica que: a sua duração deverá ser de até 8 horas diárias e 44 horas semanais. Isto é, o empregado permanece à disposição do empregar para desenvolver suas atividades durante um período de 8 horas por dia, chegando a 44 horas semanais.

Desta forma, um trabalho que se estenda até as 22h, ou você tenha que responder um e-mail às 6:00 da manhã, ou mesmo no fim de semana (supostos dias de folga), são atividades laborais que estão indo contra os regimes de trabalho vigentes. E estas posturas abusivas devem ser repreendidas para o bem-estar e a qualidade de vida do trabalhador.

Referências

RIFKIN, Jeremy. O fim dos empregos: o declínio inevitável dos níveis dos empregos e a redução da força global de trabalho; trad. Ruth Gabriela Bahr. São Paulo: MAKRON Books do Brasil, 1996.

SOBRATT – Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades. Disponível em: <http://www.sobratt.org.br/&gt;. Acessado em 16 de janeiro de 2011.


A formação do profissional para a atuação na modalidade a distância pode se dar de várias maneiras: desde cursos de extensão presenciais ou mesmo na modalidade a distância. Porém, eles devem, prioritariamente, contribuir “para mudanças na prática pedagógica dos docentes”. (BOF e RIOS, 2013, p. 9970). Para tanto, é necessário um eterno desconstruir e ressignificar vários recursos tecnológicos digitais existentes atualmente e, quando relacionado ao ensino, aprender novas competências e habilidades necessárias para a atuação neste contexto virtual. Nesta perspectiva, Ramos et al (2012, p. 2) explicam que

“os avanços tecnológicos, sobretudo tecnologias da informação e comunicação (TICs), vêm ressignificando os processos de ensino e aprendizagem. A função docente passa também por modificações, exigindo outras novas competências e habilidades para lidar com as práticas educacionais neste atual contexto.”

Desta maneira, para cada modalidade de ensino é necessário se utilizar de estratégias distintas de abordagem, a fim de integra os estudantes e mediar o conteúdo a ser ensinado. É engraçado perceber que em pouco tempo as pessoas aprendem a manusear um aplicativo do banco, pois há uma necessidade urgente para isto. Porém, o mesmo não acontece com as ferramentas digitais disponíveis para o processo de ensino, uma vez que em sua grande maioria, os professores continuam replicando os modelos de aulas vivenciados em sua adolescência e vida universitária, contextos completamente distintos aos atuais. É primordial lembrar que a implementação das tecnologias por si só não auxiliam no processo de ensino, mas sim, como será a mediação do educador com estes novos recursos.

Segundo Almeida (2003) inserir determinada tecnologia na EAD não constitui em si uma revolução metodológica, embora reconfigura mais um campo possível, que poderá amparar o trabalho do professor no sentido prático, podendo, desta forma, emergir um tempo para o professor transformar a informação em conhecimento.

Apesar do crescimento existente da EAD, verifica-se ainda um desconhecimento sobre a referida modalidade e também um despreparo para atuar nesse contexto. Tem-se observado que os cursos de formação inicial não estão preparados para ela, pois os próprios formadores ainda desconhecem suas características (BOVO et al, 2016).

Para tanto, para esta quebra de paradigmas e uma reinvenção na forma de ensinar, é necessário haver programas de formação continuada a fim de formar profissionais competentes (que inclusive já atuam no mercado) para utilizarem os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) de maneira pedagogicamente adequada, desenvolvendo, consequentemente, as habilidades, competências e autonomia de seus aprendizes. Na visão de Bof e Rios (2013, p. 9975)

“a formação continuada em EAD assume dupla função na melhoria dos processos de ensino e aprendizagem. Uma das possibilidades da formação continuada do professor em EAD explicita-se pela possibilidade de renovação da prática pedagógica, considerando aspectos relacionados à metodologia, relação professor-aluno, avaliação da aprendizagem, entre outros. A outra se refere ao uso pedagógico das TIC, que vai ao encontro da realidade dos alunos do novo milênio”.

Compartilhamos ainda com Ramos et al (2012, p. 7) a ideia de que

“no sentido específico de formação docente em EAD, argumenta Baker (2002) que o professor-tutor deve-se submeter a uma formação específica e consistente, voltada ao conhecimento de novas habilidades e novos conhecimentos que originem novas atitudes e novos comportamentos, uma transformação dos parâmetros sobre o que é um educador on-line bem como as abordagens comunicacionais para o sucesso desse contexto de aprendizagem a distância”.

Nesta perspectiva, não se pode esperar que um professor que só tenha vivenciado suas aulas na modalidade presencial, simplesmente se adapte à modalidade a distância sem ao menos ter feito algum curso de qualificação. “Um professor que esteja restrito ao entendimento de que a aula só acontece em uma sala tradicional, não conseguirá transpor os conteúdos de sua disciplina para a metodologia à distância com eficácia.” (CARVALHO, 2007, p.6).

Referências

ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de. Educação a distância e tecnologia: contribuições dos ambientes virtuais de aprendizado. Documento apresentado no IX Workshop de Informática na escola – WIE, 2003.

BOF, Adiles Ana; RIOS, Mônica P. G. Formação continuada em EAD dos professores. XI Congresso Nacional de Educação – EDUCERE. Pontifícia Universidade Católica do Paraná, 23 a 26 de setembro de 2013.

BOVO, Ana Paula C.; COSTA, Fernanda J.; RIBEIRO, Andréa Lourdes; CANETE, Lilian S. EaD e a formação de professores: uma perspectiva para a implementação da modalidade. Simpósio Internacional de Educação a Distância, In: Anais do Simpósio Internacional de Educação a Distância (SIED), 2016.

CARVALHO, Ana Beatriz. Os Múltiplos Papéis do Professor em Educação a Distância: Uma Abordagem Centrada na Aprendizagem. In: 18°. Encontro de Pesquisa Educacional do Norte e Nordeste – EPENN. Maceió, 2007.

RAMOS, Adriana L.; GATINHO, André Luís O.; PORCIUNCULA, Edite Flora S.; OLIVEIRA, Eloiza da Silva G. de; CRUZ, Francisca de O. Formação docente em EAD ancorada no novo social learning: da teoria à práxis no FGV online. 2012. Disponível em: <  http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/ revfgvonline/article/view/19834/18586>. Acesso em 10 de abril de 2020.


Em meio a pandemia da covid-19 (corona vírus), nunca se falou tanto em educação a distância (EAD), porém, praticamente todas as instituições de ensino que resolveram mudar da modalidade presencial para a modalidade a distância estão repetindo os mesmos erros: a falta de qualificação dos docentes, para esta transição; a disponibilização dos assuntos sem uma perspectiva pedagógica; e, principalmente, a falta de preocupação com os estudantes que não estão acostumados a esta realidade.

O que está levando as instituições de ensino a gravar e postar compulsivamente vídeos e indicar leituras e conteúdos a serem estudados é, além da cobrança dos país por estarem pagando as mensalidades. Ou mesmo, na ideia de que neste contexto social no qual estamos passando, as provas do ENEM e outras avaliações para acesso a universidades não terem mudado as datas dos processos seletivos.

Um fato muito entristecedor é que muitos pais não estão suportando os filhos em casa e quererem que eles estejam ocupados fazendo alguma coisa, neste caso: “estudando”. Outro aspecto importante é o pensamento de que os estudantes estão ociosos e não podem parar de estudar, o que pode ser visto como um equívoco. O distanciamento social e o confinamento, por serem medidas de contenção para a propagação do vírus, mudou a rotina das pessoas, e o fato de estarem em casa neste contexto adverso, não significa que a toda hora os indivíduos estarão dispostos a estudar. Existem fatores psicológicos envolvidos que podem levar a pessoa a não quererem desenvolver certas atividades, pois elas não estão seguindo uma rotina diária normal a qual já estão habituadas.

A EAD aparenta ser a salvação da lavoura, uma vez que em qualquer tempo você terá acesso ao que deveria estar estudando na escola, cursinho ou universidade. O cerne da questão é: quantos profissionais da educação realmente estão preparados para simplesmente não replicarem o modelo presencial nas aulas e atividades on-line?

Gravar um vídeo não o torna um profissional experiente para a modalidade a distância, muito menos indicar as páginas do livro que devem ser respondidas. Infelizmente, é esta a realidade na qual estamos vivendo. Para se estabelecer uma atividade pedagógica mediada pelas tecnologias digitais é necessário criatividade e competência, caso contrário, criar-se-á uma verdadeira aversão pelo EAD, levando a crença de que não é uma modalidade eficiente.

Apesar de os estudantes serem nativos digitais, várias pesquisas já apontam que os recursos tecnológicos digitais são vistos como objetos de lazer, não tendo sido ressignificados ainda como recursos de aprendizagem. Não se muda esta mentalidade do dia para a noite. Não é o fato de ser nativo digital que os tornam sábios no manuseio e nas pesquisas de conteúdos específicos e significativos, ainda cabe ao professor fazer esta mediação no processo de filtragem das informações encontradas nos sites de pesquisa. Estamos vivenciado hoje a completa banalização da EAD, poucas são as instituições que já estavam desenvolvendo materiais com qualidade. Pois, para isto é necessário tempo, formação, uma equipe multidisciplinar e planejamento, aspectos cruciais que estão sendo esquecidos neste momento de pandemia.


A terceira idade traz mudanças e transformações físicas e biológicas significativas nas pessoas. Apesar das degenerescências de ordem física ou psicológica, a idade não impede que as pessoas possam aprender algo novo. Nesta perspectiva, percebe-se que é necessário formar profissionais que venham atuar na gerontologia educacional de maneira significativa. O termo gerontologia educacional surgiu na década de 70 com David Peterson. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o período entre 1975 e 2025 é declarado como a “Era do Envelhecimento”, decorrente do aumento acelerado da população idosa. Lima (2000) explica que a partir dos 60 anos há uma perda considerável da capacidade de memorização e concentração, dificultando também a capacidade de fazer tarefas mais complicadas, tão rápido quanto os mais jovens. Paiva (1999) aponta algumas dificuldades que podem ser observadas no processo de aprendizagem de um idoso, como lentidão no raciocínio; diminuição natural das capacidades visuais e auditivas; e, lentidão na mobilidade nas capacidades motoras em geral. Entretanto, trabalhos mostram que caso o idoso não seja acometido de nenhuma doença que afete as células cerebrais, nenhum destes processos que fazem parte do envelhecimento afetam a capacidade de aprender. Para Boruchovitch et al (2006) as estratégias de aprendizagem podem facilitar a aquisição, o armazenamento e a utilização das novas informações. Cardoso et al (2015) complementa que tanto o caráter lúdico, quanto um material de apelo visual podem auxiliar no processo de aprendizagem do estudante idoso. Segundo Soares (2006) as patologias relacionadas à memória podem ser prevenidas afastando fatores de risco, por meio da realização de atividades que exijam o uso do cérebro, proporcionando um envelhecimento mental saudável.


Você, professor de idiomas, continua utilizando apenas o livro exigido pelo curso/escola para ensinar seus alunos? Se a resposta for sim, é melhor rever seus conceitos. Leia o texto abaixo e reflita sobre sua prática!

Cada idioma possui seu próprio ritmo e formas diferenciadas de pronunciar os fonemas. Este pequeno detalhe pode indicar a origem do aprendiz, pois o falante estrangeiro tem a tendência intuitiva de se apoiar na língua materna como ponto de referência linguístico, e, eventualmente, cometer desvios na produção em língua adicional (FULGÊNCIO e BASTIANETTO, 1998). Há diferenças significativas entre os fonemas da Língua Portuguesa (LP, neste caso a L1) e as Línguas Inglesa, Espanhola e Francesa, que podem ser superados ao longo do aprofundamento do estudo da língua alvo. Isto é decorrente da diferença existente entre o ritmo de cada idioma (SILVA JÚNIOR, 2015). Por haver pouco material para o ensino de aspectos prosódicos das referidas línguas, cabe ao professor dedicar mais atenção e propor atividades ligadas à fonologia e fonética como forma de superar as dificuldades encontradas pelos estudantes falantes de português brasileiro (ROQUE et al, 2004). Para diminuir este problema é necessário que o professor saiba desenvolver atividades de descrição e análise, discriminação auditiva, práticas controlada, direcionada e comunicativa, além de feedback (CELCE-MURCIA, BRINTON e GOODWIN, 2002). Os estudos de McGurk e MacDonald (1976) já revelavam a importância da junção de mais de um canal sensorial para a percepção da fala, uma vez que a natureza da fala é de percepção multimodal.

Não deixe que seus alunos pensem que são incapazes de aprende uma língua estrangeira, desenvolva materiais personalizados a fim de auxiliá-los a aprender/aprimorar a pronúncia dos fonemas da língua alvo com a utilização de imagens, cores, recursos audiovisuais e muito mais.